sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Tive febre de todas as cores me arderam todos os amores rasguei seda, comi flores fiz das tripas, coração quase que aperto o botão do juízo final...
Alice Ruiz
Nunca me senti tão desamparada no meu desconhecimento. Quem pode explicar o que me acontece dentro? Eu tenho que responder às minhas próprias perguntas. Eu tenho que ser serena para me aplacar minha própria demência. E tenho que ser discreta para me receber em confiança. E tenho ser lógica para entender minha própria confusão. Ser ao mesmo tempo o veneno e o antídoto.
Martha Medeiros - in Divã
Eu não sou linear. Eu não sou uma pessoa terminada, eu não quero rótulos nem roteiros prontos, não existe começo nem fim em mim. Eu existo. Não sou produto, sou só coração. Vivo em um meio que me parece eterno. Um meio que me faz escrever, ser e mudar a cada dia. Se eu começasse a escrever minha vida, seria assim: … Percebe? Eu sei que sim. Eu sou reticências. Sou 3 pontinhos. Sou o não-dito. Sou emoção e desejo. Palavras são o meu antídoto. Anti-monotonia, anti mau-humor, anti todo o amor que não há.
Fernanda Mello

O LIVRO DE 2012

Quando 2011 começou, ele era todo seu. Foi colocado em suas mãos...Você podia fazer dele o que quisesse...Era como um Livro em Branco, e nele você podia colocar um poema, um pesadelo, uma blasfêmia, uma oração. Podia... Hoje não pode mais; já não é seu. É um livro já escrito... Concluído. Como um livro que tivesse sido escrito por você, ele um dia lhe será lido, com todos os detalhes, e você não poderá corrigi-lo.
Estará fora de seu alcance. Portanto, antes que 2011 termine, reflita², tome seu velho livro e o folheie com cuidado. Deixe passar cada uma das páginas pelas mãos e pela consciência; faça o exercício de ler a você mesmo. Leia tudo...Aprecie aquelas páginas de sua vida em que você usou seu melhor estilo. Leia também as páginas que gostaria de nunca ter escrito. Não, não tente arrancá-las. Seria inútil. Já estão escritas. Mas você pode lê-las enquanto escreve o novo livro que lhe será entregue. Assim, poderá repetir as boas coisas que escreveu, e evitar repetir as ruins.
Para escrever o seu novo livro, você contará novamente com o instrumento do livre arbítrio, e terá, para preencher, toda a imensa superfície do seu mundo. Se tiver vontade de beijar seu velho livro, beije-o. Se tiver vontade de chorar, chore sobre ele e, a seguir, coloque-o nas mãos do Criador. Não importa como esteja... Ainda que tenha páginas negras, entregue e diga apenas duas palavras: Obrigado e Perdão!!!
E, quando 2012 chegar, lhe será entregue outro livro, novo, limpo, branco, todo seu, no qual você irá escrever o que desejar...
Feliz Livro Novo!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Eu confio em todo mundo. É no diabo que vive dentro deles em que não confio. Confie em todo mundo, mas não no diabo que reside dentro das pessoas.

Quando você conseguir superar...

Graves problemas de relacionamento,
não se detenha na lembrança dos momentos difíceis,
mas na alegria de haver atravessado
mais essa prova em sua vida.

Quando sair de um longo tratamento de saúde,
não pense no sofrimento
que foi necessário enfrentar,
mas na bênção de Deus
que permitiu a cura.

Leve na sua memória, para o resto da vida,
as coisas boas que surgiram nas dificuldades.
Elas serão uma prova de sua capacidade,
e lhe darão confiança
diante de qualquer obstáculo.

Uns queriam um emprego melhor;
outros, só um emprego.
Uns queriam uma refeição mais farta;
outros, só uma refeição.
Uns queriam uma vida mais amena;
outros, apenas viver.
Uns queriam pais mais esclarecidos;
outros, ter pais.

Uns queriam ter olhos claros;
outros, enxergar.
Uns queriam ter voz bonita;
outros, falar.
Uns queriam silêncio;
outros, ouvir.
Uns queriam sapato novo;
outros, ter pés.

Uns queriam um carro;
outros, andar.
Uns queriam o supérfluo;
outros, apenas o necessário.
Chico Xavier.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Exagerada toda a vida. Minhas paixões são ardentes.  Minhas dores de cotovelo, de querer morrer. Louca do tipo desvairada. Briguenta de tô de mal pra sempre. Durmo treze horas seguidas. Meus amigos são semi-irmãos, meus amores são sempre eternos e meus dramas, mexicanos.
Eu sou um ser totalmente passional. Sou movida pela emoção, pela paixão. Tenho meus desatinos. Detesto coisas mais ou menos. Não sei conviver com pessoas mais ou menos. Não sei amar mais ou menos. Não me entrego de forma mais ou menos. Se você procura alguém coerente, sensata, politicamente correta, racional, cheia de moralismo… esqueça-me! Se você sabe conviver com pessoas intempestivas, emotivas, vulneráveis, 
amáveis, que explodem na emoção… Acolha-me. ” 
Clarice Lispector

sábado, 24 de dezembro de 2011

O que é ser um amigo. É rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.
Na verdade a minha concepção de amigo é a prova recente que custam a perceber, e que existe uma aliança que ainda está sendo construída. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão.
Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos.
Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta.
Um amigo não recomenda apenas um cd. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.
Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu.
Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o réveillon.
Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.
Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador segura a onda.
Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém.

O amável veneno do escorpião

(cuidado: post longo e lamurioso).
Ela é do segundo decanato de Escorpião.

Antes de sair de casa, deu uma olhada nas sobrancelhas já disformes: havia deixado com que crescessem exageradamente a fim de acertá-las qualquer dia desses. Havia chegado o dia. Dia de modelar as sobrancelhas, apesar da preguiça que isto traz.

Ela gosta de frio, mas suas roupas de inverno estão tão sujas de modo que é preciso fazer um pouco de sol lá fora. Já estava cansada de tanta neblina: havia de mudar aquele tempo nebuloso, antes que julho chegasse enfim. Julho é o mês dos cancerianos e leoninos, mas ela era de escorpião. Antes fosse do primeiro decanato; mas não, nascera à luz do segundo, e sofria gravemente de insônia e gastrite nervosa, secretamente.

Os Escorpianos do segundo decanato são menos corajosos que os do primeiro e do terceiro; são mais equilibrados, dentro da carga de desequilíbrio que o signo traz por si só. Ela é uma pessoa ansiosa e impulsiva, mas apesar destas características, sua amabilidade de segundo decanato sempre lhe falara mais alto na vida. Entretanto, era quarta-feira quase de cinzas, e ela estava disposta a encontrá-lo, finalmente, a fim de terminar aquilo que havia começado apenas.

Teria sido mais fácil se ela houvesse nascido no primeiro decanato, ou no terceiro; mas, nascendo no segundo, foi preciso buscar em Áries, o seu ascendente, uma dose de raiva necessária para terminar. Seu temperamento é do tipo melancólico-colérico; bipolarmente falando, ela não passa de uma menina medrosa, embora dotada de um olhar oblíquo - ressacado que tende a nos confundir e angustiar nos seus momentos de cólera.

Ela sentiu muita raiva. E uma raiva Platônica, o que lhe era repugnante. Ela era incapaz de sentir uma raiva concreta: não era uma raiva de uma ação, de uma escolha, ou, ainda, raiva daqueles nomes pelos quais ele a trocava.

Era a raiva de um estado.

 É como sentir raiva de uma ventania, simplesmente porque ela é incapaz de aquecer-nos as mãos quando o desejamos; ou, ainda,raiva do sol, por este desempenhar seu predestinado papel de aquecer a tudo, quando intimamente ansiamos pelo frio.

Ter raiva daquilo que é, por ser o que é, como o é, não chega a ser uma raiva real.

Um desencanto platônico, quase-talvez.

Mas ele ainda a encantava muito, dificultando-lhe as coisas. Foi preciso ir além, usando do artifício suicida do escorpião.

Há quem diga que o escorpião prefere o suicídio a ser morto pelo calor do fogo que o ameaça proximamente. Na verdade, isto não passa de uma bobagem. O escorpião, em função do calor do fogo, encolhe-se e morre de desidratação – mas ele não precisava saber disso naquele dia.

Ela tão pouco.

Buscou então, suicidamente, uma palavra, uma construção verbal que a fizesse odiá-lo por alguns minutos, minutos necessários para fazê-la sair daquele círculo. Mas a palavra não surgia...foi demorado ouvi-la, exigindo dela, de fato, uma concentração além do normal, concentração própria dos librianos, que ela nunca seria, felizmente.

Ela olhava fixamente para o rosto dele, mas não o enxergava, nem o ouvia: ela só queria sair daquele estado, com as sobrancelhas modeladas e com a promessa de não vê-lo nunca mais.

As frases foram se formando, com o passar dos minutos infindáveis:

- Olha...eu gosto muito de você e quase me apaixonei por você: Mas, acontece que os virginianos só se apaixonam mesmo pelos signos do Ar: Gêmeos, Libra e Aquário – ele disse.

Ainda restou um minuto para uma troca de olhares.

Ela levantou-se, sendo abraçada por ele, que sabia que a perderia naquele dia.

Ela deu dez passos e chorou.

Um choro rápido, sem grandes lirismos. Ela não é de chorar, mas naquela ocasião esforçou-se muito para tal. Ela gosta muito dele e é uma pena.

Mas, acredita-se que o escorpiano independente do decanato que o rege sabe remediar o irremediável como ninguém. Ainda naquela noite, de quarta-feira quase de cinzas, acompanhada por uma libriana – que poderia ser sua rival, sendo do signo do ar – decidiu, sem muita intensidade, não mais olhar para trás.

Algumas cervejas depois, um maço de cigarros depois (ela raramente fuma; mal o sabe. Fuma apenas quando está realmente nervosa, ou realmente triste, ou realmente suicida), três músicas da Janis Joplin depois, três horas de Leão depois, lá estava ela, num novo –velho circulo habitual, às 4:00 da manhã, preparando a aula que daria no dia seguinte.

A raiva que sentia dela mesma por ser tão amável fez com que sua aula fosse perfeita. Não é de hoje que ela sabe o quanto o sentimento de raiva a influencia, capacitando-a a produzir qualquer coisa que seja ainda melhor: foi assim no Ballet (ela era bailarina e, diziam as boas línguas, quando se enfurecia por não conseguir fazer determinado movimento, era então que ela o fazia com mais perfeição e graça).

Foi assim com a Bipolaridade (notificada sobre um diagnóstico dos “nunca mais”: nunca mais cervejadas, nunca mais noites sem dormir, nunca mais cafés, nunca mais emoções desmedidas, há quatro anos ela tem feito exatamente o contrário e sempre mais, convencendo seu próprio médico de que seus “nunca mais” nunca de fato o serão).

Nas quartas-feiras quase de cinzas é também assim.

Ela é do segundo decanato de Escorpião;
Conseqüentemente, é possível que ela não o esqueça nunca mais, ao contrário dele (ela acha...).

Apesar disso, e concomitante a isso, seu ascendente em Áries não permitirá um sofrimento por demais prolongado: 16 passos adiante e suas sobrancelhas estarão novamente modeladas e seu doce veneno novamente recalcado, até que um novo dia de amável-cólera recomece.

domingo, 11 de dezembro de 2011

signos-do-zodiaco: “ Como dizia Descartes: “Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” Pois bem, cabe a Scorpio este olhar de águia que percebe aquilo que se transmuta. A finalidade que se encontra na essência primordial da vida.A personalidade Escorpião é a essência do mistério, daquele olhar magnético que te atravessa e te desnuda até a alma. Nada é superficial com Escorpião. Aliás, a personalidade Scorpio despreza qualquer coisa próxima ao supérfluo ou mesquinho.Escorpião legítimo é aquela pessoa oculta num canto da festa que chama a atenção de todos. De atitude e roupa discreta, não se move - desliza, fala baixinho e você não sabe porque quer ouvir tudo o que êle tem a dizer. O Escorpião muitas vêzes também não sabe porque - mas êle lida sempre com poder. O poder da percepção, o poder da intensidade emocional, o poder material, o poder do oculto e, finalmente, as vezes, o poder pelo prazer do poder. Liderar para o Escorpião é quase que uma sina. Talvez a sua postura de auto-controle que dá a parecer que nada o abala, o comportamento de discreção e silêncio que transmite confiança e auto-domínio - todos pequenos comportamentos que acabam arrastando a personalidade Escorpião exatamente para onde êle não quer ser lançado: bem alí - no meio de suas próprias intensidades e contradições.Nada é banal com um Scorpio - esta palavra simplesmente não consta de seu vocabulário. Sua vida é muito vivida através dos extremos: oito ou oitenta. Assim. De preferência com poucas palavras - é mais impactante. Signos do Zodíaco ”

Tchau 2011...

Após ver algumas declarações de fim de ano resolvi fazer uma também, é provavel que fique uma porcaria, mas enfim.
Esse ano de 2011, conclui que não devemos desperdiçar palavras, tempo, e sentimentos com as pessoas que não querem saber, e pouco se importam. Que não devemos guarda ódio de ninguém, mais há coisas que levam muito mais tempo para cicatrizarem e talvez nunca cicatrizem, e que também se as pessoas escolhem ficarem próximas umas das outras, ou juntas, que não seja para se machucarem ou se enganarem, embora muitas vezes isso aconteça. Esse ano perdi a pessoa que dava sentido a minha vida, e que se eu pudesse voltar no tempo, eu teria dado muito mais valor, muito mais abraços, beijos, e dito o quanto eu há amo, para todo o sempre. Eu me importo muito com as pessoas do meu convívio, apesar de não ser uma pessoa muito meiga, doce, eu tento demonstrar isso do meu jeito, espero sinceramente que os que me conhecem de verdade compreendam. Aprendi também que sou um tanto orgulhosa em certos pontos da vida, principalmente se acho que estou com a razão, prefiro me afastar ao que fingir que as coisas estão bem, quando não estão. Tenho dificuldade de confiar nas pessoas. Sei que não me dediquei aos projetos que tinha para este ano, e isso não me trará conseqüências boas. Me esforcei em praticar compreensão, amizade, paciência, mas muitas vezes não tive bons resultados. Tentei por muitas vezes, entender a briga entre minha razão e minha emoção, e tentei prezar em agir com cautela, embora muitas vezes não tenha conseguido. Enfim, um novo ano vem ai, a vida segue... e lá vamos nós.
Tentei escrever isto com o máximo possível de sinceridade, mas não sou hipócrita para dizer, que este ano não menti, e não cometi muitos erros, mais que isso me sirva de lição. Também pude observar o quanto às pessoas são egoístas, e podem ser cruéis, entre outras coisas ruins, e isso me deixou muito desiludida quanto às pessoas. Mas também, há pessoas honestas e humanas, ao quais admiro e respeito.
Sei que isso ficou uma porcaria. Mas, resumindo acho que era isso.
Mas, um bom 2012 a todos. E que possamos trollar muito ainda...
Obs: Não prometa nada, principalmente o que não vai cumprir. Talvez, me torne uma pessoa melhor, ou pior.
Daysy