domingo, 29 de janeiro de 2012

VIVA COMO UM CÃO!

"Nunca deixe passar a oportunidade de sair para um passeio.
Experimente a sensação do ar fresco e do vento na sua face por puro prazer.
Quando alguém que você ama se aproxima, corra para saudá-lo.
Quando houver necessidade, pratique a obediência.
Deixe os outros saberem quando invadirem o seu território.
Sempre que puder, tire uma soneca e se espreguice antes de se levantar.
Corra, pule e brinque diariamente.
Coma com gosto e entusiasmo, pare quando estiver satisfeito.
Seja sempre leal.
Nunca finja ser o que você não é.
Se o que você deseja está enterrado, cave até encontrar.
Quando alguém estiver passando por um mal dia, fique em silêncio, sente-se
próximo e gentilmente tente agradá-lo.
Quando chamar a atenção, deixe alguém tocá-lo.
Evite morder quando apenas um rosnado resolver.
Nos dias mornos, deite-se de costa sobre a grama.
Nos dias quentes, beba muita água e descanse embaixo de uma árvore frondosa.
Quando estiver feliz, dance e balance todo o seu corpo.
Não importa quantas vezes for censurado, não assuma a culpa que não tiver e não
fique amuado... corra imediatamente para os seus amigos.
Alegre-se com o simples prazer de uma caminhada."
Desconhecido
Eu procurava o amor em jardins de cactus. Vinha buscando o fruto em árvores erradas, e nas mordidas sentia o gosto azedo, que amarga no fim da boca. Colhi amores podres, comidos pelo tempo e dor.
Foi preciso paciência – e um outro tempo – amadurecendo um fruto para colhê-lo doce, suave, terno e delicado. Simples como naturalmente é.
Eu imaginava haver segredos por trás dos espinhos. Mas é puro acaso que amores e espinhos se encontrem em botões abertos ou fechados. A rima entre amor e dor é armadilha.
O verdadeiro fruto está ao alcance das mãos – mas é tão rasteiro, que quase não se vê. É preciso passear sem fome para enxergá-lo redondo, vermelho. Para então mordê-lo distraído como numa tarde de chuva.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Ela também adorava matar o tempo desespelhado da chuva. Tomava chuva apenas para tentar capturar alguma luz despenumbrada. Nestas horas de solidão, ela procurava se salvar dos seus pensamentos que refletiam as suas ausências. Fingia ser cega em tardes de domingos e feriados. Não suportava o infinito dos instantes passando longe dela para recolher as suas sombras abandonadas. Abria os olhos para desassombrar dos ventos tardios e doentios. Sonhava com o tempo excedente do mundo mais jamais o via. Morria de medo de morrer à noite mas estava sempre “pronta para o silêncio grande da morte”. Às vezes, em plena luz do dia, pedia licença para morrer só por uns instantes.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O mesmo de sempre, um pouco diferente

Eu sou assim, eu tento, tento te ajudar, te cuidar, mesmo sabendo que não posso, que eu não deveria fazer isso, mas, eu não consigo assistir as coisas imóveis sem tentar fazer o vento soprar a teu favor,  sem tentar entender, isso é inútil, é maçante, mas, sou eu, não posso aprisionar meu eu todo instante, às vezes o deixo sair para conversar um pouco, às vezes ele foge de mim, e o pego por ai contando meus assuntos, o tranco de volta dentro de mim, para que ele não faça besteira, não cometa tamanha estupidezas contra mim, e vou seguindo assim correndo atrás do meu eu, que acha que pode tudo, até voar para perto de ti.
Daysy

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Todos querem ser desafiados, para provar o que? Para quem? Para vencer, isso também se evapora com tempo, porque o medo de perder sempre resiste gritante, mais alto que deixar pra lá, porque temos de chegar ao limite. Mas, mesmo assim seguimos marchando com nossas botas de combate. Carregando nossas mil vidas, dentro de uma pele, tropeçando diante de nossos fantasmas constantemente, fingindo que nada nos abala. A vida é uma batalha secreta e solitária, onde viver é lutarmos contra nós mesmos.
Daysy

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Minhas viagens

Ás vezes, eu queria poder me duplicar, para poder sentar-me a minha frente, e me ouvir, ouvir todas as minhas besteiras, entender todas as minhas piadas e rir delas com sinceridade, falar todas as coisas que me incomodam, e o meu outro eu me ouvir com atenção e um verdadeiro interesse, ou às vezes queria apenas que o meu outro eu ficasse ao meu lado, me fazendo companhia, sem dizer nem ouvir nada, às vezes, iria gostar que ele ficasse em absoluto silêncio, apenas para testemunhar, que eu tentei o maximo que eu pude, e continuo tentando, mesmo que ás vezes, me dê uma imensa vontade de desistir de tudo, e que nessas horas ele me desse força e motivos para continuar , e depois de me fazer essa companhia, o meu outro voltasse para dentro de mim, para que guardemos nossas confidências, nossas conversar, apenas para nós . E só assim, com outro eu de mim, eu teria certeza de que alguém se importa de verdade com o que a gente diz, porque essa coisa das outras pessoas, ah, isso é uma coisa que talvez nunca saibamos...
Daysy

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O Amor

"Não falo do amor romântico, aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento. Relações de dependência e submissão, paixões tristes. Algumas pessoas confundem isso com amor, chamam de amor esse querer escravo, e pensam que o amor é alguma coisa que pode ser definida, explicada, entendida, julgada. Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro, antes de ser experimentado, mas é exatamente o oposto. Para mim, que o amor se manifesta, a virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado, o amor está em movimento eterno, em velocidade infinita, o amor é um móbile. Como fotografá-lo? Como percebê-lo? Como deixar sê-lo? E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine? Minha resposta? O amor é desconhecido. Mesmo depois de uma vida inteira de amores, o amor será sempre o desconhecido. A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão. A imagem que eu tenho do amor é um ser em mutação. O amor quer ser interferido, quer ser violado, quer ser transformado a cada instante. A vida do amor depende dessa interferência. A morte do amor é quando, diante do seu labirinto, decidimos caminhar pela estrada reta. Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltosos e profundos e nós preferimos o leito de um rio, com inicio, meio e fim. Não, não podemos subestimar o amor.Não podemos castrá-lo. O amor não é orgânico. Não é meu coração que sente o amor. É a minha alma que o saboreia. Não é no meu sangue que ele ferve. O amor traz sua fogueira dionisíaca no meu espírito. Sua força se mistura com a minha e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu como se fossem novas estrelas recém-nascidas. O amor brilha, como uma aurora colorida e misteriosa, como um crepúsculo inundado de beleza e despedida, o amor grita seu silêncio e nos dá sua música. Nós dançamos sua felicidade em delírio porque somos o alimento preferido do amor, se estivermos também a devorá-lo. O amor eu não conheço, e é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo, me aventurando ao seu encontro. A vida só existe quando o amor a navega. Morrer de amor é a substância de que a vida é feita, ou melhor, só se vive no amor. E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto."

Moska

domingo, 1 de janeiro de 2012

Vou dizer a você, um dia, talvez, quem sabe...

Não vou mencionar seu nome aqui, nem em qualquer outro lugar, se um dia você ler, saberá que é sobre você, se nunca ler, um dia isto ira sumir e se apagar entre o tempo, feito qualquer coisa que some, e ninguém percebe, como algo que muda, e nenhuma força impede sua mudança, sobre pessoas e sentimentos que se perdem, e ninguém nunca mais os encontra os mesmos, como se eles também morressem. Morrem em coisas mínimas, enquanto outros nascem nas mesmas circunstâncias, para um dia morrerem também. Mas, voltando ao que ia dizer, você foi uma bela história, pena que nem as histórias belas ou não, são para sempre, fortes. Pena, que muita coisa acaba, quando deveria se firmar mais bela ainda, e nessa luta, acaba, por não ser honesto, o que de um jeito ou de outro leva ao seu fim, ou enfraquecimento. Mas, vou te dizer uma coisa, nunca gostei com falsidade, nem sei se isso é possível, também nunca desgostei sem motivos, tudo que gostei, incorporava-se em meu sangue, e de alguma forma chegava ao meu coração, assim como tudo que desgostei chegava de alguma forma a ele também. Mas, sempre andava com meu coração pesado, e com minha alma exposta, parecia que todos que estavam dispostos a machucá-la, e assim ela apanhava mais um pouco. Pobre alma, tinha que carregá-la pra lá e pra cá. Às vezes, nem eu a compreendia, e ela ficava ali agonizando, e eu nem se quer a entendia, mas tinha de suporta-lá.
Daysy.