quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Campo solitário

E hoje, corro descalça, entre veredas de um campo solitário, de flores já secas, porém ainda não mortas, e já não sinto o perfume que me cegava, e então isso me fere, mas eu continuo correndo, e sinto uma leve brisa soprar meus cabelos, sinto-me correndo para longe, e uma voz ecoa dentro de meu interior, você está livre, corra, corra, fuja daqui, esses galhos já não fazem mais parte de ti, esses espinhos já não te ferem mais, e este solo já não te aprisionará, a água desta chuva já não alimenta a tua dor. Não importa a qual campo pertencerás, borboletas te visitaram, e raios de sol te acompanharão, pequena petála semeará, novos campos solitários, e sementes que novos campos cultivarão. Esse lugar já não é mais teu, tu não pertence há esse lugar, esses frutos podres estão mortos, e não podem mais te contaminar. Não acredito mais, na neblina que tenta ofuscar minha visão, mesmo que pareça um labirinto, eu que eu esteja dando volta em circulos, eu corro, e continuo correndo, e sempre há uma saida, talvez não há esteja encontrando, porque é pela mesma porta pela qual eu entrei. Sinto-me a própria liberdade livre, novamente. Você não pode se perder na floresta, se não entra nela. Não é minha pretensão, mudar as coisas, mas elas mudam, inevitavelmente.

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