quinta-feira, 1 de março de 2012

‎Os doentes terminais ficam com o punho fechado, preocupados com a próxima pontada, controlando o retorno do soluço, antecipando o lugar dos tremores. Não abrem a mão, fincam as unhas na palma, podem se machucar e rasurar as linhas do destino. Estão concentrados em seu próprio sofrimento, atentos ao som como uma noite sem estrelas. As enfermeiras criaram um truque para aliviar a dor: colocam entre os dedos dos pacientes uma luva com água morna dentro. É um faz-de-conta. É como se um familiar segurasse a mão deles naquele momento de angústia. Os doentes se tranquilizam, se acalmam, e o braço se solta para a janela...
(...) Carpinejar

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